Já parou para pensar como o background musical de cada artista é único? É uma terefa muito difícil imaginarmos quais foram as influências musicais de qualquer DJ e produtor porque, muitas vezes, elas fogem totalmente da esfera de sua atuação. Em maio, Fabio Alienato nos apresentou um pouco de seu passado na música e agora nossa convidada é Janaína Jordão.

Prata da casa, já fez muita gente suar em algumas pistas da Shadow e Lost and Found apresentando sua identidade musical complexa, formada através do choque de estilos que resulta numa ambiência singular e pulsante. Quer saber como ela chegou até aqui? Só continuar abaixo:

Janaína Jordão

A música sempre foi uma constante na minha vida e desde sempre simbolizou muito mais introspecção e contemplação do que explosão e alegria. Desde as aulas de piano quando criança até hoje, é raro algum momento em que eu não esteja pensando ou imersa em algum ritmo, melodia ou letra que protagonize ou emoldure uma situação.

Por isso, falar de influências musicais é sempre um desafio. Para este texto, tive que fazer escolhas difíceis e deixar coisas importantes de fora, afinal, nem o espaço da coluna e a paciência do leitor comportariam tantas divagações musicais. Me pautei, portanto, na escolha de alguns expoentes, dentro dos estilos que mais me marcaram e funcionaram como mudanças de rumo e/ou abertura para novos horizontes.

Acho que é na adolescência que a gente começa uma busca infindável pelo nosso estilo próprio. Como quase todo adolescente da minha época, comecei minhas boas cabeçadas pelo rock, com uma predileção pela velha guarda, como Led Zeppelin, Deep Purple e a eterna Janis Joplin. Essa talvez seja a minha música preferida de todos os tempos:

Logo depois caí nas águas do profundo mar que é a MPB. Para ilustrar, escolhi este vídeo que tem muito dos artistas e das sonoridades que não saíam do meu walkman (é, o tempo passa).

A vida, de improviso, me apresentou a Billie Holiday; foi quando eu me apaixonei pelo Jazz. Essa música não foi exatamente a isca na época, mas a escolhi porque é forte, dolorida e, infelizmente, muito atual.

A partir de agora, as referências fogem à escala temporal. Porque no final dos anos 80 e início dos 90, o que eu gostava mesmo de ouvir nas festas eram coisas como Sigue Sigue Sputnik, Depeche Mode, Pet Shop Boys, Joy Division, New Order e, claro, Kraftwerk (até hoje, inclusive).

Também houve Portishead, Massive Attack, Moloko, Tricky, Stereo MC´s, Woodkid, Jay-Jay Johanson, Hot Chip e um tanto de coisas legais, até que fui ao meu primeiro festival de música eletrônica de onde eu nunca mais saí. Fui pra ver a Ellen Allien.

Daí em diante, prioritariamente a música eletrônica tem dado o tom do que eu escolho pra ouvir, das minhas pesquisas, fruição e aprendizado. Só neste estilo, seria uma lista interminável de artistas que compuseram – e compõem – meu gosto musical.

Se você chegou até aqui, obrigada pela leitura e pela oportunidade que me deu de eu me embalar em tantas músicas importantes e reviver um pouco da minha história por meio delas. Nos encontramos na pista ou numa caixa de som por aí.

Terminei o texto ouvindo essa:

Force on the Dancefloor.

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