Quem ouve os releases de artistas da Nin92wo, geralmente está em contato com um techno intenso, obscuro, misterioso, mas assim como qualquer outro músico, os produtores que lançam por aqui também possuem referências externas que podem ou não influenciar na música que produzem, como KaioBarssalos, por exemplo. O jovem produtor paulista já lançou pela Nin92wo em algumas oportunidades e agora participa aqui no blog compartilhando algumas de suas referências musicais.
Na coluna Essentials, convidamos os artistas para que selecionem e comentem alguns nomes fora do universo eletrônico, assim como Hosben já entregou por aqui. Antecedendo seu debut na Shadow deste fim de semana, Kaio trouxe pra gente não apenas produtores musicais, mas também uma banda e outros projetos que acompanham sua trajetória de vida, alguns “fogem” um pouco da música eletrônica, outros nem tanto. Keep reading:
Oi pessoal, tudo bem? Tenho que admitir, minhas influências sempre trazem algum instrumento eletrônico, mas por outro lado, algumas estão ligadas à gêneros que não coincidem à pista de dança. Essas referências, apesar de possuírem alguns elementos não orgânicos, acabam se distinguindo das músicas de pista.
Uma das minhas grandes influências que sempre cito e com certeza a mais inspiradora, é Trentemøller, um músico dinamarquês que passeia entre o Indie e o eletrônico. Sou apaixonado por todo o trabalho dele, mas recentemente seu novo álbum, Observe, lançado em setembro, me chamou muito a atenção, principalmente a faixa “Cold Comfort”, que traz momentos melódicos emocionantes e ao mesmo tempo períodos impactantes dentro da história.
Ainda falando daqueles que te tocam a alma e transportam ininterruptamente, é imprescindível citar Nils Frahm, músico e compositor alemão que traz referências do clássico contemporâneo ao eletrônico. Sua abordagem nada convencional ao piano mostra seu dom, que é transmitido através de histórias e melodias. A faixa “Says” já me trouxe sentimentos emocionantes e inspiradores. Gosto muito do álbum All Melody.
Saindo um pouco do mundo eletrônico e vindo para outro universo, gosto sempre de falar da Dredge, uma banda da Califórnia que passeia do Post-rock até o Progressive Rock. Sou fissurado pela música “Bug Eyes”, mas sempre ouço o álbum “Catch Without Arms” inteirinho, todas são muito boas!
Falar de referências e não citar ao menos um brasileiro é a mesma coisa que não honrar seu país de origem, e apesar de grande parte das minhas influências virem de outros países, essa é uma que não posso deixar de citar, pois vem sendo de grande importância no meu crescimento musical. Bixiga 70 é uma banda brasileira que mistura elementos da música africana, afrobeat, brasileira, latina e do jazz. Eles já se apresentaram no Dekmantel do Brasil, transmitido e gravado pelo Boiler Room, vale a pena ouvir cada segundo. Uma das minhas preferidas é a “Machado” do disco “III”, de 2015.
Todas essas influências fazem parte de alguma forma do meu dia a dia, sendo como combustível para conseguir seguir a rotina ou até mesmo ser uma válvula de escape de todo o cotidiano. Gosto de parar, ouvir e me transportar, acho que todos deveriam se permitir fazer isso, é uma terapia inspiradora.
Force on the dancefloor.