Por Georgia Kirilov

Existe uma tendência atual aproximando techno e progressive house, não só em diversos sets – o que é mais fácil de se fazer devido a flutuação que um mix permite entre diversas faixas e mixagens – mas também em diversas produções. O fato é que definir estilos e delimitar zonas dentro da música eletrônica está se tornando cada vez mais passé. Os melhores sets não seguem somente um gênero, afinal qual a graça de mixar faixas com características muito similares e manter seu público curtindo um looping infinito? E, hoje em dia, algumas das melhores tracks não se encaixam perfeitamente em uma categoria ou em outra e sim apresentam nuances que bebem de diversas fontes. É partindo dessa noção que a aproximação entre techno e progressive house se torna bem mais orgânica do que de antemão.

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Techno é definido como um estilo mais frio, com referências industriais e futuristas, com um BPM mais elevado – de maneira geral – do que o House – que teve sua origem do Disco, portanto um som mais feliz, repleto de funk e groove. Diversos nomes apareceram para explicar a melodia que vem sendo adicionada no techno hoje em dia, um dos mais famosos sendo “techno etéreo”, o que adiciona uma certa profundidade emocional para faixas que partem de um estilo desapegado e, as vezes, brutal. Uma outra vertente desse techno melódico é o encontro entre progressive house e o estilo originado em Detroit.

Para entendermos esse encontro é preciso entender primeiro progressive house. O estilo surgiu nos anos 90 no Reino Unido e foi descrito pelo jornalista Dom Phillips para a Mixmag como “duro mas cheio de groove, repleto de batidas porém profundo, para cima e trancey”. Nomes como Sasha, Guy Mantzur, Hernan Cattaneo, Guy J e John Digweed vieram a se tornar ícones nesse estilo, e no encontro do mesmo com o techno. A verdade é que delimitar aonde melodia entra e sai e a maneira exata como os estilos interagem é o que extrai muito do potencial criativo da produção e mixagem musical atualmente.

A criação de um solo fértil para o estudo de como melhor interagir estilos e explorar as fronteiras sonoras entre os gêneros da música eletrônica é uma das principais missões na Nin92wo. É por isso que artistas como Monobloq, Upon Death e TouchTalk – entre outros – têm toda a liberdade de fazer uso das suas criações como uma válvula de escape da mesmice musical que é tratar produção como uma ciência exata. Afinal, por mais que muito das exatas esteja presente na técnica necessária para se criar uma música e/ou mixar um set, a verdadeira mágica acontece no âmago completamente de humanas que existe na relação entre o DJ/produtor e sua música.

Force on the dancefloor! 

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