Fala galera! Eu sou o Luiz Fernando, produtor e violinista responsável pelo projeto LuizFribs, e em breve lançarei minha faixa Hipérbole pela Nin92wo Records, que sairá pelo VA Arquetipo II. Sou o convidado desta edição do 92tips para comentar com vocês sobre a utilização do violino – um instrumento tipicamente clássico – na música eletrônica.

Como o violino é um instrumento de som bastante orgânico e, por consequência, normalmente utilizado em músicas orgânicas, seu uso na música eletrônica (que contém elementos mais “sintéticos”) requer alguns cuidados e processamentos para que o mesmo “encaixe” de forma satisfatória com o restante da faixa.

Em primeiro lugar, decido, antes de começar uma música, se utilizarei ou não o violino na mesma, e se sim, qual papel ele exercerá (instrumento principal, instrumento secundário ou apenas para criar ambiência), pois a construção da faixa será direcionada de acordo com a minha escolha.

Quando opto por utilizá-lo como instrumento principal, utilizo um VST que emula o som de violino para ir criando o arranjo em paralelo com o restante da música. Desta forma, fico mais livre para ir fazendo adaptações no mesmo à medida que a ideia vai fluindo e a faixa vai tomando forma.

Para gravar o violino, utilizo um modelo elétrico (mais especificamente, o Yamaha SV-255) pela facilidade de captação do áudio e do processamento na hora da mix. O som de um violino elétrico, assim como no modelo acústico, é “cru” e se for utilizado desta forma, não funcionará bem com o restante da faixa, assim como acontece com outros instrumentos orgânicos (tais como piano, violão, elementos percussivos, entre outros).

Desta forma, utilizo um rack de efeitos no Ableton Live para fazer o processamento inicial no instrumento. Por padrão, utilizo três equalizadores, dois compressores, um delay e um reverb (nativo do Ableton). Todos estes plug-ins resultarão num som mais agradável e que possui apenas as frequências necessárias.

Aqui podemos ouvir dois exemplos de como é o som do violino pré-processamento inicial e, em seguida, como ele soa ao passar por este rack de efeitos:

[Áudio 1 sem processamento]
[Áudio 1 com processamento]

Por outro lado, quando pretendo utilizar o violino para obter um som não convencional, me recorro à plug-ins que permitam a modulação do som original, por exemplo, Delay (que possua a função ‘modulation’), Reverb de Convolução, Overdrive, LFO, Phaser, Tremolo, Flanger, entre outros.

Ao combinar vários destes efeitos, crio um som completamente específico e que não remeterá ao som tradicional que todos esperam ao ouvir um violino. No exemplo abaixo, o som resultante do processamento é ideal para ser usado como textura e ambiência:

[Áudio 2 sem processamento]
[Áudio 2 com processamento 1]

Espero que tenham gostado das dicas. Elas podem ser utilizadas com qualquer instrumento orgânico para estilos como o Techno e o Progressive House, basta ir testando e ajustando até chegar ao resultado desejado.

Abraços e até a próxima!

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