O paulista Diogo Accioly fez sua estreia em Goiânia no ano de 2011 tocando na Deep Loop e teve a oportunidade de mostrar seu poder sonoro em uma edição da Lost and Found em 2016. Recentemente tivemos o prazer de lançá-lo pela primeira vez na Nin92wo com um super EP, Round Dice, trazendo duas faixas originais e remixes de 2000 and One e Alex Justino com Marcal.
Conheça mais a fundo a história deste artista que representa muito bem a bandeira brasileira no mundo em mais um episódio do 9Questions:
Você já possui uma carreira bastante extensa… quantos anos exatamente? O que te fez acreditar na música como seu trabalho?
Como DJ toco profissionalmente desde janeiro de 2001. Alguns anos depois comecei a produzir. Sempre tive uma ligação musical, seja colecionando discos ou frequentando festas e shows. Acho que por essa ligação, trabalhar com música aconteceu naturalmente.
Quais foram os principais sons e projetos que moldaram a sua identidade musical? Você ainda os escuta atualmente? E como você definiria seu DNA atual?
Eu sempre tentei ser muito versátil nos meus sets e acho que isso se deve pelo meu gosto musical ser bastante eclético. Eu gosto muito de soul, jazz, funk e hip hop e acho que isso me ajuda quando tento fazer sets e produzir faixas com uma pegada mais house ou disco. Adoro IDM, glitch e daí já parto pra uma pegada mais techno, tentando usar elementos desses estilos.
Poucos brasileiros dentro da cena Techno possuem um reconhecimento internacional tão grande quanto você. Quando e como isso passou a fazer parte da sua carreira?
Eu sempre viajei e frequentei eventos mundo afora. Quando comecei a trabalhar no D-Edge em 2007, conheci muitos artistas que hoje são meus amigos e fiz um network legal. Eu sempre gostei dessa troca de informações e ideias com artistas que admiro. Consequentemente me abriu portas pra mostrar meu trabalho fora do Brasil.
Quais foram os momentos mais especiais/importantes que você já viveu na música até aqui?
Tenho gigs que foram marcos na minha carreira, como as primeiras vezes que toquei no D-Edge, Warung, Panorama Bar, Watergate e também quando me apresentei nos dois Tomorrowland que rolaram aqui no Brasil. Também lancei por gravadoras que sempre gostei, como Suara, BangBang e outras através do meu antigo projeto, Talking Props.
Você sempre foi um DJ de mão cheia, já na produção decidiu ser mais contido. Isso foi uma escolha sua? Você curte entrar no estúdio e dar vida a coisas novas ou realmente prefere mais a discotecagem?
Com meu primeiro projeto (Talking Props) eu era bem mais ativo, tendo diversos lançamentos em gravadoras que eu seguia e curtia. Com o término desse projeto e com o fluxo de gigs eu dei uma segurada. Mas tenho muita música pronta que ainda não foi lançada, então pode vir lançamento novo por aí…
E a sua relação profissional com o Alex Justino e a Nin92wo, surgiu de que forma?
O Alex é um amigo de longa data. Foi o primeiro cara a me levar pra tocar em Goiânia, mais de 10 anos atrás. Quando a linha da gravadora seguiu pra uma identidade mais techno, começamos a conversar sobre um release. To muito feliz que tenha rolado!
Como foi o processo de produção de Round Dice? O que te inspirou na produção do EP?
Tentei construir algo mais mental e usando recursos mais analógicos. Tive bastante influência de faixas de IDM pra tirar alguns timbres e samples de bateria que fazem parte das faixas.
Como está sendo pra você esse momento longe das pistas? O que mudou na sua rotina com a pandemia?
Não vejo a hora de voltar! O momento é difícil, mas tenho escutado bastante música nova e tirando referência pra produções futuras. Passei por uma mudança e ainda estou remontando meu estúdio, então logo volto a trabalhar com gás total!
Quais as principais experiências e aprendizados que você tem para compartilhar com quem acompanha seu trabalho?
Em primeiro lugar: escutem bastante música! No final das contas é o que vai te dar a base para construir algo novo e original. Em segundo: troquem ideias! Não tenham medo de perguntar quando tem alguma dúvida. Com trabalho e tesão pelo que você faz, as coisas acontecem.
Force on the Dancefloor.