Fala galera! A convite do pessoal da Nin92wo, estou de volta à coluna 92tips, dessa vez para comentar sobre processos criativos que envolvem a construção de um remix, utilizando como referência a minha versão para a faixa Trinity do Seventh Sea, que saiu recentemente no selo. O convite para remixá-la veio do próprio artista, que se tornou meu amigo à distância desde que ambos lançamos faixas no VA Arquétipo III.

Quando vou criar um remix, gosto de ouvir todos os stems enviados pelo produtor original ou pelo label, para escolher os que mais me agradam e começar a pensar em um novo arranjo para eles. Por vezes, o produtor disponibiliza os stems de forma completa, mostrando como é o arranjo original; em outras, ele envia apenas trechos de cada elemento, onde o remixer fica “às cegas”, o que pode deixar a reinterpretação mais autêntica e menos próxima da música original. 

Já remixei faixas das duas formas e ambas são bem legais de se trabalhar. No caso da Trinity, o Seventh me mandou os stems com o arranjo completo. O próximo passo é definir o quão fiel à música original meu remix vai ser. Se quero algo que mantenha parte da ideia do produtor, modifico muito pouco do que irei utilizar. Já quando decido fazer algo um pouco mais diferente do que ele propôs, deixo a criatividade fluir como se estivesse começando uma faixa autoral: vou fazendo cortes, rearranjando algumas coisas, criando modulações, saturando e comprimindo, dando outra cara para o que me foi disponibilizado.

Para meu remix da Trinity, optei por manter o break mais fiel ao original, acrescentando apenas alguns pads e um “vocal” no estilo de cânticos orientais. Escolhi como elemento principal da minha versão um synth que entra a partir do minuto 1:58 na faixa original e vai sendo modulado à medida que a música se desenvolve, enquanto o Seventh vai brincando com os planos deste elemento (mais na frente ou mais atrás). Recortei uma única nota desse synth (a que estava mais “na cara”) e criei um loop que se repete no decorrer de toda a faixa, utilizando apenas um low-pass filter em alguns momentos.

Eu sempre busco dar novos papéis a alguns elementos do arranjo original. Por exemplo, um synth que aparece de forma secundária ser disposto como lead, ou um elemento que aparece apenas no break ser incorporado durante toda a música. Desta forma, mesmo que o remix fique completamente diferente da faixa da qual deriva, não perde a essência que o produtor colocou ali. 

Espero que tenham gostado das dicas. Nos vemos na próxima e ouçam/toquem sem moderação Trinity e seus remixes!

Force on the dancefloor!

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