Uma das grandes estreias promovidas pelo Arquetipo III no catálogo da Nin92wo atende pelo nome de Douglas Nascimento, ou ainda simplesmente Subismo. Fortemente influenciado pelas escolas de Berlim e Detroit, Douglas desenvolveu um perfil sonoro disposto a desafiar a barreira dos rótulos. Em suas produções, é possível observar traços minimalistas e progressivos, posicionados de uma maneira contemporânea e autêntica.

Sul, faixa que marca sua estreia em nosso time de artistas, é um techno de características peculiares e pouco comum, que se desenvolve na casa dos 130 BPM e cativa o ouvinte através de uma construção bastante pautada pela repetição de seus elementos mais interessantes. A faixa antecede I Hate Your Smile, composição que dá números finais ao Arquetipo III. A nosso convite, Subismo respondeu algumas perguntas para a nossa já tradicional série 9Questions:

1 – O que não pode faltar em um DJ pra você?

No meu ver a técnica de mixagem e o Repertório musical são qualidades necessárias, porém o feeling de pista é algo indispensável. Ter a sensibilidade para escolher a track certa na hora certa, sem atropelar o set, é essencial para um bom DJ.

2 – Como sua vida encontrou o techno?

Eu comecei a tocar como DJ há uns 5 anos em alguns casamentos e festas matinês. Foi uma fase de aprendizado e desenvolvimento da minha personalidade musical. Nesse tempo, eu ainda não conhecia o techno, escutava e tocava tudo o que me pediam e o que tinha mais fácil acesso. Eu apenas realmente descobri que amava a vertente quando escutei a track Black Russian do DJ/Produtor DVS1 logo quando foi lançada. Aquele som mexeu comigo pra sempre, não consigo descrever a sensação em palavras, mas daí em diante eu soube o caminho que iria trilhar.

3 – Qual é sua principal dificuldade no processo criativo?

Creio que são várias, ainda me acho um produtor muito limitado comparado ao nível de conhecimento que cobiço chegar. No momento a minha maior dificuldade está sendo fazer com que o meu workflow flua com maior rapidez e versatilidade.

4 – Como você enxerga o atual momento do cenário nacional?

Acredito que vai bem. Uma nova safra de DJs e produtores talentosos está surgindo, muitas festas pequenas e grandes acontecendo, os clubs eletrônicos oferecem boa programação, festivais consagrados e artistas importantes vindo para o nosso pais, a mistura da velha guarda com os mais novos, tudo isso movimenta, renova e inspira a cena e quem faz parte dela.

5 – Qual a situação mais curiosa que você já passou trabalhando com música?

Acredito que o mais curioso foi perceber como esse meio funciona quando eu ainda não o conhecia tanto. Como é importante você ter a sua inteligência emocional saudável, saber conviver com o não e as frustrações diárias, ter humildade para reconhecer o erro e aceitar críticas, ter em mente que a cena é cíclica, que 70% de toda inspiração vem da verdadeira vontade de fazer (pelo menos pra mim), e por último e não menos importante, se relacionar com pessoas do meio e artistas mais completos tecnicamente, fazer o seu network, para que, quando você for atingindo o nível artístico que almeja, essas pessoas te reconheçam por sua qualidade, e quem sabe, possam até ajudar no desenvolvimento da sua carreira.

6 – Por quê Subismo? Como você chegou neste nome?

Algumas pessoas me perguntam o mesmo. Se você procurar o significado de “Ismo” por aí, vai ver que ele tem a ver com movimentos sociais ou ideológicos, por exemplo: Feminismo, Calvinismo, Socialismo e por aí vai. No caso, peguei o fato de eu ser da zona “Sul” de São Paulo e o nome dado a uma caixa de frequência grave “Sub”, juntei tudo e achei a pronúncia legal. Então, talvez, Subismo possa ser um grupo de pessoas da zona sul em busca da frequência grave, mas no final eu só precisava de um nome fácil de falar e lembrar [risos]. Apesar do processo criativo, esse foi o fator mais importante para chegar nessa decisão.

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7 – Como é seu relacionamento como time Nin92wo?

É boa! Eu ainda não conversei pessoalmente com o Alex, o que deve mudar em breve – apesar de já ter presenciado apresentações dele no D-EDGE. Apenas nos falamos pela internet, conversamos e ele me perguntou se eu tinha alguma track para participar do V.A. Fiquei muito grato com o convite pelo o que o selo representa e pelo grande artista que ele é.

8 – Quão detalhista você é na produção e pesquisa musical?

Tento ser o mais detalhista possível tanto na pesquisa musical quanto na produção. O que mais busco hoje é autenticidade e minimalismo, apesar de ter influências como todo mundo, sempre tento fazer algo que me distancie dos demais, por mais que esses detalhes possam ser minuciosos, eles fazem total diferença e o resultado final pode não agradar a maioria, mas representa a minha verdade naquele momento. Isso pra mim é o mais importante.

9 – Qual foi a experiência mais marcante da sua carreira até aqui?

Até aqui, com certeza foi poder assinar na label do Renato Cohen (Massa Records) e ainda contar com o remix do Tejada para uma das minhas faixas no EP. Digo isso porque se com o DVS1 eu descobri o techno feito fora do Brasil, dentro dele foi com o Renato, ele é a minha maior referência de artista nacional. O fato dele escolher a minha música para estreia do novo selo é algo muito gratificante.

Force on the dancefloor.

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